Impacto social e emocional da Psoriasis
A psoríase é uma doença inflamatória, crónica, que resulta da interação entre fatores genéticos, ambientais, função imunológica e bem-estar psicológico.
A psoríase é uma doença inflamatória, crónica, que resulta da interação entre fatores genéticos, ambientais, função imunológica e bem-estar psicológico. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a psoríase afeta cerca de 3% população mundial, podendo surgir em qualquer idade, desde a infância até à oitava década de vida.
Os principais sintomas da psoríase são a comichão, a dor e a descamação, e a sua intensidade aumenta com a gravidade da doença e estão associados a redução da qualidade de vida e produtividade laboral. O tempo gasto em cuidados com a pele vai variar de acordo com a gravidade da doença, mas estudos apontam que a maioria dos doentes necessita de até 10h semanais para cuidar da sua pele.
Além dos sintomas físicos, os doentes com psoríase apresentam sofrimento psicológico, constrangimentos sociais e financeiros, que não estão necessariamente relacionados com a extensão da doença. Vários estudos demonstraram maior incidência de depressão, perturbação da ansiedade e distúrbios do sono em doentes de psoríase, independentemente da gravidade da doença. Os distúrbios de ansiedade estão sobretudo relacionados com a interação social e exposição em público. Os doentes com psoríase também são mais propensos ao abuso de álcool, tabaco e tranquilizantes.
Os doentes com psoríase relatam que a gravidade da doença tem um forte impacto na sua qualidade de vida relacionada com a saúde e impacto na produtividade no trabalho, especialmente devido à característica recidivante da doença.
Os doentes com psoríase têm maior risco de absentismo escolar e laboral. Um estudo realizado na Croácia, refere que cerca de 60% dos doentes avaliados empregados tiveram absentismo laboral no ano anterior devido à sua doença.
Os doentes com psoríase referem frequentemente que viram a sua situação financeira afetada, devido aos custos dos tratamentos e tempo perdido do trabalho.
Por todos estes motivos os estudos de qualidade de vida mostram valores ligeiramente inferiores aos da população em geral. A cronicidade da doença e o impacto social e profissional só reforçam a importância do tratamento desta doença, independentemente da idade, sexo ou escolaridade.
Por Ana Luís Pereira | Médica de Família